Um belo, e até então, tranquilo dia um motorista foi surpreendido por outro motorista que resolveu entrar numa rua sem ligar a seta para indicar ou qualquer outro tipo de indicação. O resultado foi uma batida, prejuízo para ambos e tempo perdido. Mas, o mais bizarro de tudo foi a resposta para a pergunta por qual motivo ele não ligou a seta: “Seta pra quê? Serve para quê?”
E o que isso tem a ver com briefing? Tem mais do que você imagina…
Briefing é em poucas e superficiais palavras é um questionário sobre o projeto que o cliente quer que o designer ou publicitário desenvolva.
Mesmo sendo uma ferramenta vital para o projeto, pois não se cria nada do nada, muita gente tem dor de cabeça e muitos aborrecimentos por conta de alterações que os clientes pedem e até mesmo erros. Mas, se é uma ferramenta vital e que vai dar todos os detalhes e informações, por que o projeto é reprovado ou alterado? Será que tinha todas as informações? (Tem os casos de clientes que são um pouco indecisos, mas isso é outra questão).
Lembram-se da historinha (com H, pois foi fato) lá do princípio… “Seta para quê”?
Então…Temos o grupo que desconhece o significado do briefing e temos o grupo que conhece o significado, mas desconhece o verdadeiro sentido desse instrumento.
Se o prezado motorista que sabia o que era seta, mas desconhecia a sua aplicação soubesse para quê servia poderia ter evitado todo o desastre, prejuízo, estresse e perda de tempo.
Com o briefing não é diferente. É algo simples e que todos sabem fazer. Todo ser humano é curioso, pergunta, questiona… É da nossa natureza.
Quando você encomenda com um marceneiro um móvel, ele não pergunta as medidas, cor, tipo de madeira, para qual cômodo, qual a função daquele móvel, se vão ter ornamentos, se terá ou não vidro, se vai ser recoberto por algum outro material, se vai envernizado, se vai ser embutido, suspenso ou sei lá mais o quê? Isso não deixa de ser um briefing. (Isso pareceu complicado? Acho que não.).
O que vai definir a qualidade dessa ferramenta será sua eficácia
Tem que passar para o designer, a equipe ou quem for desenvolver o projeto todos os detalhes e informações de forma clara e mais precisa do que o cliente deseja. Não é um enfeite e não é para perguntas superficiais.
Pode parecer chato, mas tem que perguntar o porquê de tudo. É para perguntar tudo e até aquele detalhe que pode parecer insignificante ou só uma curiosidade naquele momento. Durante o desenvolvimento do projeto, pode ser o detalhe que vai fazer a diferença ou até a ideia base. O briefing é a nossa seta.
Já vi gente ter medo de abrir a boca para perguntar por quê. Já vi gente afirmar que se o cliente quer coral com rosa então está tudo bem. Não importa. (???? ! Mas, por qual razão ele escolheu isso? Isso tem a ver com o produto? Tem a ver com o mercado? Qual o motivo?)
Não tem que ter medo de perguntar ao cliente. O cliente não morde. Ele precisa tanto de você assim como você precisa dele. Ele quer um serviço e você pode (ou não) prestá-lo.
Além de ser seu guia para o projeto, o briefing pode te poupar horas de trabalho desnecessário, desgastes com cliente e refazer trabalho. Se o trabalho é em equipe, pode poupar o desgaste entre o grupo, evitar estresse e desentendimentos e contribuir para um ambiente mais “amistoso”. O trabalho flui, o tempo rende e tudo parece funcionar. As chances de troca-troca caem – e muito. Você se estressa menos e cliente fica feliz no final com o resultado.
A função do briefing vai além de meras perguntas. Muita gente afirma que o sucesso do projeto depende de um briefing bem feito.
É a mais pura verdade. Não existe a receita do briefing perfeito, nem o briefing padrão.
O que pode ser feito é prestar atenção ao cliente. Ouça, pergunte, converse, entenda (ou tente entender) o que oque se passa na cabeça, a expectativa dele. Questione!
Aos estudantes, assim como eu, a minha dica para fazer um bom briefing é:
Exercite. Invente clientes, faça briefings, pegue empresas reais ou produtos reais e desenvolva um briefing. Imagine. Faça perguntas. Questione. Leia. Busque conhecimento.
Se você tem conhecimento, se tem uma base, você pode questionar melhor, pode argumentar e mostrar segurança. E isso faz toda diferença.
7 comments
Bom post!
Fico feliz que tenha gostado! Obrigada Vinícius!
Muito bom o post. Isso é verdade…
Obrigada Thiago!
É verdade mesmo… A gente passa cada aperto por conta de perguntas não feitas, né? Parte das alterações são coisas bobas que não estavam claras no briefing ou não foram perguntadas. Não temos que esperar o cliente falar – que a maioria das vezes ele não vai falar. Tem que perguntar mesmo e sem medo de ser feliz (ou não)! risos
Mais uma vez obrigada!
Uma boa semana!
Bom texto sobre Briefing pra projeto de Design. Eu mesmo elaborei um online que envio o link pro cliente (com orientações pro preenchimento), além de reuniões e muita pesquisa sobre o segmento/área do cliente, além de outros métodos que uso pra criação. Até agora, dos últimos 22 projetos executados, 17 foram aprovados na apresentação do 1º layout/solução visual, 4 foram retrabalhados e aprovados no 2º ou 3º layouts (com briefings revisados) e um admito que não teve sucesso (mea culpa). Essa estatística só comprova (e ajuda a corrigir) a eficácia de um bom Briefing.
Concordo plenamente com você Garcia!
Um briefing bem feito e reuniões com os clientes geram sempre bons frutos além de ganhas pontos! Se o cliente fica satisfeito (não só com o produto final) com o processo ele volta e trás mais clientes que terão a expectativa pelo ótimo atendimento e pela qualidade do trabalho.
(Obs.: Obrigada por comentar!)
Olha eu trabalho para um colégio como diagramador e designer… sou funcionário do colégio e sei o quanto é desesperador as mudanças infinitas que podem ocorrer em um projeto, é algo extremamente extressante e muitas vezes desanimador. Futuramente estarei trabalhando como freelancer e poderei exercer a idéia de briefing corretamente por que no colégio é impossível. Muito bom o post parabéns.
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