Pronto para descobrir um passo-a-passo em 10 dicas fundamentais para criar sua fonte?
Tipografia, para muitos designers, não é somente uma ferramenta muito útil de trabalho, mas, também, uma paixão. Tal paixão impulsionou alguns profissionais a se aventurar na tentativa de criar seus próprios tipos e fontes.
O processo de criação, como qualquer outro, é bastante peculiar, mas alguns passos podem ser importantes para definir o seu próprio processo. Abaixo você confere algumas dicas para dar o pontapé inicial e extrair o melhor resultado dessa experiência!
01. Comece com um briefing
Projetar uma fonte pode ser uma longa jornada, por isso é prudente ter uma visão clara de sua finalidade. Você pode começar com algo puramente auto expressivo. No entanto, a prática usual é a de criar um tipo em resposta a um briefing.
Desenvolver o seu próprio briefing exigirá pesquisa e reflexão. É preciso considerar se é um projeto específico ou apenas para uso pessoal? Existe um problema que você pode resolver? Como pode o seu tipo de letra se encaixam em uma paisagem ao lado de projetos semelhantes? O que o torna único?
Muitas fontes foram criadas, por exemplo, especificamente para textos acadêmicos, para proporcionar melhores sistemas de número para documentos de engenharia ou como um one-off para o lettering público. Somente quando você sabe o que o seu tipo de letra vai realmente ser usado para você pode realmente começar a fazer o design.
02. Escolhas fundamentais
Há um número de opções iniciais que você precisa considerar. Será que vai ser serif ou sans serif? Será que vai ser baseado numa “letra de mão” ou ser mais geométrica? Será que o seu projeto será confortável em tamanhos pequenos e adequados para documentos longos, ou vai ser um cara de exibição com um estilo imaginativo, que funciona melhor um tamanho maior?
03. Armadilhas iniciais
Duas armadilhas iniciais a serem evitadas:
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Você pode optar por iniciar digitalizando sua própria letra, o que pode ser uma prática útil. No entanto, porque a letra é tão individual, sem muito refinamento sua fonte poderá ser restrita a uso pessoal.
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Não baseie seu projeto em contornos de um tipo de letra existente. “Helvetica com asas” não vai produzir uma fonte melhor ou ajudá-lo a desenvolver suas habilidades como type designer.
04. Use as mãos
Tente criar formas graciosas em papel para os primeiros caracteres antes de refiná-los digitalmente. Outros caracteres podem ser construídos na tela, combinando características chave, tais como terminações e larguras.
05. Por quais caracteres começar?
Projetar determinados caracteres primeiro pode ajudar a definir o estilo do seu tipo e pode ser usado para trazer harmonia aos demais. Para tanto são utilizados os “caracteres de controle”, no caso de letras minúscula estes seriam o N e O, e no maiúsculo, são usadas H e O.
06. Indo para o computador
A maioria dos softwares requer um desenho bem definido para trabalhar com eficácia, então quando você estiver satisfeito com o caracter esboçado, tente delinea-lo com uma caneta de ponta fina e em seguida, preencha a forma.
07. Escolhendo o software
Muitos designers utilizam o Adobe Illustrator para começar a criar seus tipos, porém esta não é a ferramente mais adequada para a criação de uma fonte. Você vai se beneficiar se trabalhar em um ambiente que faz você pensar sobre o espaçamento de letras e criação de palavra.
O padrão da indústria atual parece ser FontLab Studio (Mac e Windows), mas novos softwares, como Glyphs e Robofont estão ganhando mais força com type designers. Os programas não são baratos, mas Glyphs tem uma versão “mini” na Mac App Store, com algumas funcionalidades removidas, mas que não fará falta aos novatos. Ambos também oferecem uma versão trial de 30 dias. A outra vantagem destes pacotes é que você pode exportar o seu trabalho em andamento como uma fonte.
Glyphs Mini.
08. Utilizando o software
Como acontece com qualquer software, é preciso um pouco de tempo para se familiarizar com o que você escolheu para trabalhar. Verifique qual interface é boa e se há vídeos on-line que possam ajudá-lo neste processo.
09. Modo de exibição de texto
Após ter desenhado algumas letras, você pode começar a digitar palavras usando o modo de exibição de texto, caso tenha escolhido utilizar o programa Glyphs. Está é uma das grandes vantagens deste software: é possível editar suas formas no modo de exibição de texto para começar a harmonizar os caracteres juntos em palavras.
Você pode então começar a fazer ajustes no espaçamento entre letras, assim como refinar as proporções globais, como o altura e largura do seu tipo.
10. Olhando para as palavras
Depois de criar alguns caracteres, você pode inseri-los no Adhesion Text, uma ferramenta online que usa um dicionário simples para te mostrar as palavras que você pode fazer.
Crie um documento no InDesign simples, com alguns quadros de texto e cole estas palavras. Defina cada quadro de texto para um tamanho de fonte diferente para comparação (os tamanhos vão depender de qual será a finalidade do seu tipo). Por fim, exporte o seu tipo e selecione-o no seu documento para vê-lo em ação.
É isso pessoal, espero que tenha ajudado?
Veja aqui na segunda parte mais 8 dicas para finalizar o seu projeto! Não perca! 😉
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6 comments
Uma dica interessante para quem está fazendo uma fonte para impressos e sempre ter versões impressas das letras. A tela, mesmo aquelas com boas resoluções, nunca oferecem a mesma qualidade do papel.
Quando for imprimir, também é interessante ter definido para que tipo de impressão e suporte a fonte de destina (jornal e couché exigem tipografias bem diferentes)
Ótimo texto, parabéns!
Por incrivel que parece, o linux tem um software muito bom que faz tudo isso, fora que ele ainda deixa você editar fontes já existentes independente do formato. Vou pegar o nome do software e posto aqui em breve…
Apesar da sua postagem ser antiga mas ainda muito relevante, o nome do software que citou chama-se FontForge e esta disponivel em diversas distros. Segue link https://fontforge.org
Parabéns pela matéria, bem detalhada.
Amei!